Empresa de candidato-suplente de Flexa Ribeiro é alvo de investigação da PF em Itaituba

Operação “Levigação” teve o objetivo de reprimir a “lavagem” de ouro de origem clandestina

PF descobriu intensa movimentação de ouro por parte de empresas de Itaituba

A Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público Federal, deflagrou na quarta-feira (26) a Operação Levigação, que teve o objetivo de reprimir a “lavagem” de ouro de origem clandestina. Durante a Operação foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo seis na cidade de Itaituba/PA e dois em São Paulo/SP. Além das buscas, a Justiça Federal também determinou o bloqueio total de bens de alguns investigados que chegou ao valor total de R$ 187 milhões (cento e oitenta e sete milhões de reais). Esta quantia foi estimada como correspondente ao proveito obtido com a prática ilegal. Também foi determinada a suspensão das atividades de duas empresas que atuam ilegalmente no mercado de compra e venda de ouro sem autorização do Banco Central do Brasil.

Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu uma intensa movimentação de ouro por parte de empresas de compra e venda de ouro na cidade de Itaituba/PA. O minério teria sido extraído ilegalmente de garimpos clandestinos e “esquentado” por estes estabelecimentos mediante expedição de notas fiscais com dados falsos.

As investigações também apontaram indícios de que grande parte desse ouro seja proveniente da Bacia do Rio Tapajós, e essa prática tem provocado grande impacto ambiental à região. A operação se insere no contexto geral de combate ao exercício de atividades empresariais que fomentam a garimpagem clandestina, visto que, conforme laudo pericial finalizado recentemente pela Polícia Federal, o Rio Tapajós tem recebido, anualmente, o despejo do quantitativo total de sete milhões de toneladas de lama procedente dessa atividade ilegal.

Os suspeitos estão sendo investigados pela prática dos crimes de usurpação de bens da União (com pena de até cinco anos de detenção), funcionamento ilegal de instituição financeira (com pena de até quatro anos de reclusão) e lavagem de ativos (com pena de até dez anos de reclusão).

O nome da Operação “Levigação” faz referência a um processo utilizado para separar o ouro de outras partículas com a utilização de água, sendo que por meio deste há uma espécie de lavagem do ouro, separando-o de outros materiais.

SUPLENTE DE SENADOR É ALVO DA OPERAÇÃO: Um dos alvos da Operação foi a empresa de Dirceu Santos Frederico Sobrinho, denominada de D`Gold. O mesmo é presidente da Anoro (Associação Nacional do Ouro). Dirceu Frederico Sobrinho foi escolhido para ser suplente na candidatura à reeleição de Flexa Ribeiro ao Senado. Empreendedor multimilionário, sua escolha como suplente foi estratégica, no sentido de fortalecer financeiramente a candidatura de Flexa Ribeiro. Para seus deslocamentos por todo o Estado, segundo informações, o Senador utiliza uma aeronave particular cedida por Dirceu.

Desde que contabilizados, tais gastos podem estar regulares junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA). No entanto, denúncias que chegaram à nossa redação, apontam que a esposa do empresário e seu cunhado, supostamente são funcionários fantasmas da Prefeitura Municipal de Novo Progresso, Município localizado às margens da Rodovia BR-163.

Segundo consta no portal da transparência do Município, Xeila Maria Almeida Bezerra Frederico e Manuel Almeida Júnior, recebem desde fevereiro de 2018 até o mês de junho – última atualização do portal-, 1,5 mil reais e 2 mil reais, respectivamente. A esposa e cunhado do megaempresário do ouro do Tapajós deveriam atuar como Assistentes Administrativos na Secretaria Municipal de Administração, mas conforme denúncia, nunca pisaram na repartição pública.

Xeila Frederico, por exemplo, reside no estado de São Paulo. Fato exposto por ela no seu perfil da rede social Facebook. Seu irmão Manuel Almeida, trabalha na região de garimpo.

Nossa reportagem, também teve acesso a um decreto de exoneração, datado de novembro de 2017, assinado pelo prefeito Ubiraci Soares Silva (PSC). Estranhamente, Xeila Frederico foi recontratada em 2018. A denúncia deverá chegar ao Ministério Público, que efetivará informações aprofundadas sobre os supostos funcionários fantasmas, e consequentemente a judicialização, visando a devolução do recurso público, destinado ao pagamento dos possíveis funcionários fantasmas.


Fonte: RG 15/O Impacto

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