Suspeita de 47 anos é vigilante em hospital e aliciava mulheres após o parto. Alvo seriam mães viciadas, com muitos filhos ou pobres, conta delegado.
Vigilante foi detida e levada para a delegacia de
Oiapoque, no Amapá (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Oiapoque, no Amapá (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Uma vigilante de 47 anos que trabalha no hospital de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, foi presa na segunda-feira (30) após uma longa investigação da Polícia Civil que apurou o aliciamento de mulheres para venda de filhos recém-nascidos a casais.
Entre os casos investigados, a polícia aponta que ela teria intermediado a venda de uma criança em maio de 2015 ainda na barriga da mãe para um casal de Brasília, no Distrito Federal. Marido e mulher foram presos na sexta-feira (28) em um carro com a criança, hoje com 7 meses.
O delegado Charles Corrêa, que investiga o caso, explicou que a vigilante abordava mulheres "vulneráveis" logo após o parto e que apresentavam dependência química, situação de pobreza ou que tinham muitos filhos. Ela também fraudava registros para facilitar a adoção ilegal.
Bebê que teria sido negociado quando era gerado,
está com 7 meses (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
está com 7 meses (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
A polícia chegou até ela após informações de pessoas que teriam presenciado a negociação das crianças. A investigação também apura a participação de funcionários do hospital nas vendas. Não foi informado o número de negociações que a mulher teria feito. A apuração também levanta hipóteses sobre o tráfico internacional de crianças, pela proximidade de Oiapoque que fica na divisa com a Guiana Francesa.
Ainda de acordo com o delegado, a suspeita cumpriu pena por matar o próprio marido em 2011, também em Oiapoque. Na época ela teria atirado contra ele após se defender de agressões sofridas. Ela atuava como vigilante na sede da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Ela cumpriu um terço da pena na cadeia e o restante em regime semi-aberto.
Venda para casal do DF
O delegado acrescentou que a vigilante teria intermediado a venda da criança para o casal ainda na barriga da mãe. Um familiar do casal que mora em Oiapoque teria articulado o contrato entre a suspeita e os dois. Para a mãe da criança, que tinha outros oito filhos e é portadora do vírus HIV o casal pagou ao todo R$ 1.250,00, além de gastos com alimentação e exames médicos.
O delegado acrescentou que a vigilante teria intermediado a venda da criança para o casal ainda na barriga da mãe. Um familiar do casal que mora em Oiapoque teria articulado o contrato entre a suspeita e os dois. Para a mãe da criança, que tinha outros oito filhos e é portadora do vírus HIV o casal pagou ao todo R$ 1.250,00, além de gastos com alimentação e exames médicos.
Corrêa afirma que a prática nesse caso é classificada como “barriga de aluguel”, o que configura crime pelo fato de as partes não terem nenhum vínculo de parentesco. “Prometer ou efetivar venda de filho a terceiros mediante recompensa, isso vale para pagamento em dinheiro ou outros bens. Independente da mulher pagar os R$ 1 mil na hora de receber. Ela já estar bancando a mãe conta como crime”, reforçou o delegado.
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